O fim de semana chegou com o sol tímido, escondido entre nuvens. Clara ajeitou a mochila no banco de trás do carro, enquanto Maurício verificava se a prótese estava bem presa. A viagem não era longa, mas ele sentia uma ansiedade boa no peito. A expectativa era a melhor possível; encontrar aquele grupo improvável de amigos e convidá-los para o casamento era a missão principal, mas a missão secundária era matar a saudades de todos alí e da atmosfera caótica e divertida do bar.
— Vai ser engraçado — comentou Clara, olhando a estrada à frente. — Eles vão ficar surpresos.
— Surpresos nada. Vão é arrumar confusão na hora de decidir quem vai ser padrinho. — Maurício riu, arrancando o carro.
Quando chegaram ao litoral, a brisa do mar veio de encontro a eles. As ruas estreitas, com as fachadas simples das casas coloridas, os levaram direto até o boteco.
De longe já dava para ouvir o rádio antigo de Seu Geraldo tocando um samba arranhado, misturado com as vozes dos clientes habituais.