Maurício tinha passado boa parte do dia na fisioterapia e nos treinos. A nova prótese exigia mais esforço do que a anterior, por isso ele precisava manter o condicionamento físico em dia. No fim da tarde, descansava sem a prótese e pensava no que faria para o jantar quando recebeu uma ligação de Antônio.
— Tio Maurício, a minha mãe passou mal. A gente vai pro hospital. Você pode encontrar a gente lá? — a voz dele soava assustada, rápida, com barulho de trânsito ao fundo.
Maurício tentou entender:
— Antônio, onde vocês estão? O que aconteceu?
A ligação estava no viva-voz e ele ouviu a voz de Igor:
— Maurício, sou eu. Estamos indo pro Hospital Central com a Clara. Você pode nos encontrar lá?
— Estou indo.
Maurício colocou a prótese, pegou as chaves do carro e chegou rápido ao hospital. Foi orientado a seguir para o andar onde ela estava e ao se aproximar da sala de espera, ouviu a voz de Antônio reclamando:
— Não vou com a senhora!
— Antônio, calma… — dizia do