Já era início da tarde, Clara e Henrique ainda aguardavam a liberação para ver o Dr. Pedro. Sentados lado a lado no corredor frio do hospital, ele mal respondia às perguntas dela, os olhos perdidos em algum lugar longe dali. Clara se levantou com um suspiro.
— Vou até a lanchonete. Preciso esticar as pernas. Trago algo pra você.
— Não precisa — murmurou Henrique.
Ela voltou minutos depois com dois copos de suco de maracujá. Ao se aproximar, viu que Maurício já havia chegado e estava ao lado do irmão.
— Tomem — disse, entregando os copos a eles.
— Obrigado — responderam em uníssono.
— E o seu? — perguntou Henrique.
— Eu volto lá e pego outro.
— Fica com esse. Eu vou buscar mais. Também preciso andar um pouco — disse Henrique, já se afastando.
Clara e Maurício ficaram em silêncio por alguns instantes, até que ela falou:
— Conseguiu alguém pra te substituir?
— Consegui — ele disse, tomando um gole do suco. — Se quiser ir pra casa, eu fico. O Henrique também. Vocês estão aqui