Quando Clara acordou, olhou em volta e percebeu que a sala estava escura. Estava coberta e, ao sentar, notou que estava sem os sapatos. Olhou para a poltrona, e Henrique acordou com seu movimento. Ele se ajeitou e perguntou:
— Como você está?
— Dolorida.
— Quer comer?
— Cadê o Antônio? — perguntou, preocupada.
— Espero que não se importe, mas pedi para a dona Maria ficar com ele essa noite. Ela pegou o pijama e a escova de dentes dele.
— Não, tudo bem. Obrigada.
Os olhos de Clara novamente se encheram de lágrimas.
— Sua mãe te falou?
— Sim. Eu sinto muito, amor.
Houve um silêncio doloroso, até as lágrimas voltarem a escorrer.
— Eu preciso dormir, pra pensar melhor amanhã.
— Clara, eu quero que você saiba que estou aqui. Vai ficar tudo bem.
Clara comeu um sanduíche que Henrique fez com o que havia na geladeira. Parecia gostoso, mas ela se sentia enjoada e não conseguiu terminar. Pediu a Henrique que fosse para casa e voltou a dormir.
Quando acordou, já passava das treze horas. Leva