POV: AIRYS
Daimon me puxou com mais força, seus músculos tensionados, o maxilar travado, os olhos ardendo em fúria.
Ele me empurrou com brutalidade para frente e girou o corpo no mesmo instante, erguendo os braços para agarrar a fera que saltava contra nós. O impacto foi violento. O lobo cravou os dentes com força no antebraço de Daimon, e um grunhido grave escapou de sua garganta, não de dor, mas de fúria selvagem.
O som da carne sendo rasgada me fez estremecer.
Ele rosnou com brutalidade, girando o corpo com violência e chutando o lobo para longe. A criatura foi arremessada contra a parede com um estalo seco, e Daimon não parou nem para respirar. Pulou para fora da porta, batendo com força, selando-a atrás de nós.
O impacto ecoou como um trovão.
Pancadas começar
POV: AIRYSEle rosnou baixo. O som vibrou em seu peito e ecoou nos meus ouvidos como um trovão contido.— Parece que sua mãe fazia de tudo para ocultar a sua essência. — A voz dele saiu grave, carregada de tensão. — Mas por que tanto esforço? O que ela estava tentando esconder?— Responda, Malin! — A voz de Falconi cortou o ar, ríspida e animalesca.Ele cravou o dedo com força em um dos cortes já abertos nas costas da minha mãe. Ela arfou alto, seu corpo se contorceu como se estivesse sendo eletrocutada. Meus olhos se arregalaram. Estremeci, pressionando os punhos ao lado do corpo. O sangue dela escorria mais rápido agora, tingindo o chão sujo sob seus joelhos.— Como, presa aqui, conseguiu aquilo? Quem te deu? — ele rugiu. — Quem é o traidor?! Por que nossa filha
POV: AIRYSEla cuspiu com força no rosto dele, o olhar ardendo de ódio.— Você é um monstro, Falconi. — a voz dela falhou, mas o desprezo era claro. — Que tipo de pai doentio machuca a própria filha? Que tipo de desgraçado tortura ao invés de proteger?Ele riu. Um som distorcido. Frio. Insano.— Do tipo que não se importa em matar a própria filha se isso significar alcançar a ascensão do poder divino! — declarou com um brilho fanático nos olhos.A boca da minha mãe se abriu, mas não conseguiu responder. Ela apenas... parou. Segurou o ar como se tivesse levado um golpe no peito. Os ombros tremiam.Eu não conseguia respirar. A frase ainda ecoava dentro de mim: matar a própria filha... poder divino...— A ascen
POV: AIRYS— Vou dar um jeito de te encontrar. Sempre dou. — disse com uma tranquilidade absurda, apontando para o meu pulso. — Estamos amarrados, lembra? Um pertence ao outro.Engoli seco. Meu coração bateu descompassado.E então... ele puxou a porta.Fechou.Na minha cara.O som do impacto ecoou alto.— Daimon! — bati na porta, os punhos tremendo. — DAIMON!Do outro lado, tudo virou caos. Eu ouvia. O som das garras, os rosnados, o estalar de ossos, pancadas, rugidos abafados.Mas ele não podia matar ninguém.Não ali.Não no passado.E isso tornava tudo ainda mais perigoso.Ele estava lutando... limitado.Por mim.&n
POV: AIRYSAs lágrimas escorriam quentes pelas minhas bochechas. Eu sentia a dor daquela criança como se fosse agora. Porque era. Era meu corpo ali. Era a minha essência sendo acorrentada.Era a minha verdade sendo enterrada viva.— Mamãe... tá doendo muito... para... — A voz da pequena tremia, os lábios trêmulos, o choro misturado com gemidos baixos e desesperados.Mas minha mãe... ela continuava.Cantava.As correntes apertavam mais. Se cravavam na carne da menina, afundando como se estivessem se fundindo ao corpo. A pele enrubescia, depois queimava. O cheiro do ferro aquecido com pele era real demais.— Está queimando! — a pequena gritava, o corpo se arqueando sobre a pedra. — Eu não quero! Para! Tá machucando... para com isso!
POV: AIRYSErgui a cabeça, os olhos vermelhos de tanto chorar, e gritei para os céus como se eles pudessem me ouvir:— EU SOU A VERDADEIRA MONSTRA AQUI!Gritei até a garganta arder, até a alma ecoar a dor que me consumia.Caí para frente, os dedos afundando na neve. Esfreguei as mãos com força, como se pudesse apagar o sangue, apagar o que tinha feito.Foi quando vi.As patas brancas pararam à minha frente.Congelei.Ergui o rosto, trêmula, os olhos ardendo de dor, e ali estava ela.A loba.Branca como a neve.Imóvel. Forte. Silenciosa.Me encarava com olhos dourados, os meus olhos. O vento passava por nós, mas ela não se movia.— Voc&
POV: AIRYSToquei meu rosto devagar, com a ponta dos dedos. A pele estava mais sensível, mais viva. Cada contato parecia percorrer direto até o centro do meu corpo. O ar ao redor vibrava, sutil..., mas perceptível.Meus ouvidos se moveram sozinhos, espasmos leves como se estivessem tentando captar sons escondidos na atmosfera e eu ouvia. O farfalhar da madeira. O sussurro do vento. O silêncio respirando pelas paredes.Me levantei.Ao tocar o chão gelado com a ponta dos pés, um arrepio subiu por toda a minha espinha, me fazendo encolher os ombros. O frio atravessava minha pele como se quisesse provar que eu era real.Calcei as botas pesadas deixadas ao lado da cama. Ao lado delas, roupas de tecido espesso me aguardavam. Me vesti devagar, o tecido roçando pela pele sensível me provocava sensações que antes jamais teriam me afetado.O ambiente era sóbrio, misterioso, mas foi o espelho no canto que capturou minha atenção.Me aproximei dele.Inclinei o rosto com cautela, como se fosse encon
POV: AIRYSAs palavras dela martelavam minha mente. Eu mal conseguia processar.— Assim como... Fenrir? — murmurei, perplexa, com o nome escapando de meus lábios.“Mais do que Fenrir.”A voz de Rielly reverberou com firmeza. Seus pelos brancos se agitaram ao redor do corpo forte, e o brilho dourado dos olhos se intensificou como uma tempestade prestes a explodir.“E mais selvagens. Mais perigosos. Mais brutais.”Minha garganta secou. O nome de Fenrir por si só já era o suficiente para causar um aperto entre as costelas. Mas aquilo? Era um abismo inteiro de força desconhecida que me puxava para dentro.— Queriam isso... queriam poder suficiente para derrubar os Alfas Supremos. — concluí com a voz embargada, mas sem desviar o olhar dela. — Foi por isso que minha mãe tentou mantê-la presa... contida...Engoli em seco, sentindo um peso estranho tomar meu peito.— E aquele líquido? A substância dos rituais... o que era?“Não sei.” respondeu com um tom baixo, mais sombrio. “Mas era eficaz.
POV: AIRYSO som reverberou no ar, me atravessando como uma descarga elétrica. Arfei, sentindo meu corpo todo reagir ao timbre primitivo que ele emitiu. Era uma advertência. Um aviso. Uma promessa.— Pequena... precisa controlar esses pensamentos maliciosos. — Sua voz chegou até mim com uma rouquidão preguiçosa e perigosa, como um sussurro arrastado de advertência.Ele se virou devagar, os músculos se movendo sob a pele exposta, e cruzou as pernas com naturalidade, posicionando os braços à frente do corpo enquanto me media com aquele olhar predatório.— Se quiser me pegar de surpresa.Engoli em seco.— Eu não estava... — Mordi o interior da bochecha, sentindo meu rosto esquentar. Era óbvio que minha mente estava repleta de besteiras. Uma enxurrada delas, aliás. Bastava olhar para ele... para lembrar como meu corpo reagia, entregando-se inteiro sem resistência.— Bem... — suspirei, tentando manter a compostura — ...se usasse mais camisas, facilitaria.Tentei soar casual, mas minha voz