POV: AIRYS
Sua boca dominava a minha com uma precisão absurda, cada movimento, cada mordida, cada deslizar da língua era um ataque direto aos meus sentidos. Eu me dissolvia ali, entre os braços dele, presa ao calor que ele emanava.
O sabor dele era viciante. Selvagem, quente, perigoso.
Gemi em meio ao beijo, sentindo a mão dele me apertar mais contra o corpo dele. Meu corpo já tremia, e ainda assim, eu queria mais. Meus dedos deslizaram até seu ombro largo, explorando a tensão de seus músculos, descendo pelo peito firme, sentindo cada linha do seu corpo esculpido.
Daimon rosnou contra a minha boca, um som grave e possessivo que vibrou diretamente entre minhas pernas. Em um movimento firme, ele me ergueu do chão com facilidade e me sentou sobre a mureta atrás de mim, sem sequer interromper o beijo.
O mundo sumiu. Só ex
POV: AIRYSEncontramos as irmãs Celestiais paradas à porta, nos esperando como se já soubessem que estávamos prestes a chegar. A aura ao redor delas era tranquila e poderosa, como se a própria floresta se curvasse à sua presença.Sem dizer uma palavra, elas nos guiaram para dentro da clareira coberta por musgos e flores que pulsavam sob a luz da lua. O ar ali parecia mais leve, como se o mundo parasse só para aquele momento.— Sente-se aqui, filha da Lua. — disse uma delas, apontando para o centro do círculo.Obedeci, dobrando as pernas em posição de lótus sobre a relva úmida e viva. Senti a energia da terra vibrar sob meu corpo, acolhedora, envolvente.Daimon ajoelhou-se ao meu lado, firme, imponente. Sem dizer uma palavra, pegou minha mão e a levou aos lábios.
POV: AIRYS— Quando cheguei, ele estava de pé, com os braços cruzados, o cenho franzido... bravo..., mas ao me ver, o olhar mudou. Ele não se arrependia, jamais se arrependeria de defender os irmãos.Engoli em seco, sentindo o nó na garganta crescer.— Mas aquele olhar... quando ele viu que eu estava chateada... — Minha voz falhou. — Ele me desmontava. Porque Orion odiava me desapontar. Mesmo quando sabia que faria tudo de novo.“Nosso primeiro guardião.” A voz de Rielly surgiu dentro de mim como um sussurro emocionada. “Ele nasceu com o instinto de proteger. De se colocar na frente, de cuidar.”— Ele é meu lobo silencioso. — murmurei — Forte, firme... e tão doce quando quer.“O cheirinho dele sempre mudava... principalmente nos cabelos.”
POV: ORION— Alec, por favor... para de chorar. — Theron pediu de novo, já era a milésima vez. Puxou ela para um abraço apertado, tentando esconder o próprio desespero atrás do tom brincalhão de sempre.Mas não funcionava.Alec tremia nos braços dele, fungando baixinho, o rosto enfiado no ombro do irmão como se quisesse desaparecer ali.— Eu tô com medo, Theron... — a voz saiu abafada, quase um sussurro. Mas doeu em mim como se tivesse gritado.Cerrei os punhos, meus olhos analisando tudo ao redor. Os dois homens cochichavam num canto, lançando olhares rápidos para a gente, como se estivessem decidindo qual seria o próximo passo. Minha respiração ficou presa na garganta. O ar parecia pesado, sujo.— Eu vou tirar vocês daqui. Nem que eu
POV: ORIONAtrás de mim, Alec arfava devagar. Senti seus dedos apertando a barra da minha camiseta com força. Theron encostou o ombro no meu, firme. O calor dos dois me deu coragem.O homem sorriu. Um sorriso torto, perigoso, debochado. Depois... aplaudiu. Devagar.— Corajoso. — murmurou, se abaixando até ficar quase na nossa altura. Os olhos dele se estreitaram, predadores. — Mas eu não quero o guerreiro... Estou mais interessado em quem vocês protegem.Naquele instante, percebi. Ele sabia. Sabia que havia algo diferente em Alec. Algo que nem mesmo nós entendíamos.E ele a queria.Em um movimento rápido, ele avançou sem aviso.A mão dele agarrou a gola da camisa de Alec com brutalidade, erguendo minha irmã do chão como se fosse uma boneca. O grito dela
POV: AIRYSFui leiloada.Como Luna de alta classe, a companheira do Alfa da minha alcateia, eu deveria ser respeitada, protegida, reverenciada. Mas não.Fui traída. Abandonada. Vendida como mercadoria barata.E o mais humilhante? A pessoa que me entregou foi o homem que jurei amar e servir por toda a vida.Minha cabeça latejava, um zumbido insistente martelava meus ouvidos. Gemi, tentando abrir os olhos, apenas para ser recebida por uma luz ofuscante que queimava minhas retinas. Algo áspero roçava contra minha pele, cortando meus pulsos já feridos. Minhas articulações gritavam em protesto.Respirar era um desafio. A coleira fria em meu pescoço apertava cada tentativa de puxar ar, até mesmo engolir saliva era difícil. Cada movimento era uma punição, minhas costelas doíam, prova da surra brutal que havia recebido antes de ser jogada aqui.Tudo por uma farsa. Uma armação cruel.E a responsável?A mulher que mais confiei na vida.Minha própria irmã.A mesma que peguei na cama do meu marid
POV: AIRYS— Meu pulso! — O homem baixo e repugnante resmungou, ainda preso no aperto do gigante à minha frente. Um estralo seco ecoou pelo salão, seguido por um grito de dor cortante.— Aí! Por favor... Aí...O cheiro de suor e medo emanava dele.— Se-senhor, por favor... — O leiloeiro balbuciou, a voz trêmula. — A mercadoria já foi vendida. O martelo já foi batido.O homem imponente que segurava o nojento torceu seu pulso mais uma vez, forçando outro gemido de agonia antes de soltá-lo bruscamente.— Dois milhões de dólares. — Sua voz saiu baixa, profunda, cortante e afiada. — E seus membros intactos.A ameaça era clara. Ou aceitavam, ou morreriam ali mesmo.— O quê?! — A voz estridente de Eloy explodiu em um grito irritante, me fazendo cerrar os dentes. — Airys não vale tudo isso! Por que pagar tanto por ela?!— A mercadoria leiloada é minha Luna renegada! — Malik interveio, tentando manter a compostura, mas falhando miseravelmente. O leve tremor em suas pernas não passou despercebi
POV: AIRYS— Por que está me levando? — Indague nervosa, me ajustando ao banco próxima à porta do veículo. — Havia várias lobas naquele lugar, por que escolheu uma humana?Ele não respondeu, seus olhos se mantinham firmes na estrada, ignorando minha presença.— Pretende me matar? — Insistir, apertando o cinto. — O que você quer de mim?— Você faz perguntas demais. — Ele bufou baixo, mal-humorado. Engoli em seco. Cada fibra do meu corpo gritava em revolta. O alfa supremo, o maldito, Daimon Fenrir tinha uma reputação perigosa, um Alfa cuja fera ancestral o tomou em fúria, massacrando todos em sua volta e tirando a vida do próprio irmão.Seu lobo era hostil com qualquer um que se aproximasse, muitos não saiam vivos ao se aproximar demais dele, ao menos, era o diziam em minha alcateia.Eu precisava fugir!Daimon dirigia em silêncio, seu olhar fixo na estrada, enquanto eu olhava para os lados agitada, até que quebrou o silêncio.— Antes... — Seu tom desceu uma nota, ele me olhou de canto
POV: AIRYSRecuei alguns passos, meu coração batendo contra as costelas. Ele avançava devagar, sua forma lupina imponente, cada passo calculado, silencioso e letal. O ar gelado queimava minha pele, mas o frio não era nada comparado ao pavor que percorria minha espinha.— Me recuso a acreditar que a Deusa enviaria um monstro para me buscar. — Gritei, mesmo tremula.Medo. Raiva.Um instinto primitivo pulsava em minhas veias mandando fugir.Daimon rosnou, o som profundo vibrando no peito dele, reverberando dentro de mim.— Estou tão surpreso quanto, você, pequena coelhinha. — A provocação escorreu de seus lábios com um sarcasmo afiado, enquanto ele continuava a me encurralar.Senti a borda do penhasco sob meus pés. Um passo a mais e eu cairia. Meus olhos desceram para o vazio abaixo, a neve deslocada rolando em queda livre.— Salte! — A ordem veio como um desafio, fria e cruel. — Ou além de fraca, também é uma covarde?Engoli seco. Ele me testava. Queria ver até onde eu iria.— Eu te ace