POV: AIRYS
Toquei meu rosto devagar, com a ponta dos dedos. A pele estava mais sensível, mais viva. Cada contato parecia percorrer direto até o centro do meu corpo. O ar ao redor vibrava, sutil..., mas perceptível.
Meus ouvidos se moveram sozinhos, espasmos leves como se estivessem tentando captar sons escondidos na atmosfera e eu ouvia. O farfalhar da madeira. O sussurro do vento. O silêncio respirando pelas paredes.
Me levantei.
Ao tocar o chão gelado com a ponta dos pés, um arrepio subiu por toda a minha espinha, me fazendo encolher os ombros. O frio atravessava minha pele como se quisesse provar que eu era real.
Calcei as botas pesadas deixadas ao lado da cama. Ao lado delas, roupas de tecido espesso me aguardavam. Me vesti devagar, o tecido roçando pela pele sensível me provocava sensações que antes jamais teriam me afetado.
O ambiente era sóbrio, misterioso, mas foi o espelho no canto que capturou minha atenção.
Me aproximei dele.
Inclinei o rosto com cautela, como se fosse encon