POV: AIRYSEle não respondeu de imediato. Senti seu olhar pesado sobre mim, como se avaliasse cada fragmento partido que eu expunha. Então, com um movimento lento, roçou a ponta dos dedos no meu queixo, me forçando a erguer o rosto. O toque dele era firme, possessivo, desenhando meus traços como se quisesse memorizar cada linha da minha pele.— Você sempre desejou ter uma família, pequena. — Disse em um tom rouco, quase cruel de tão verdadeiro. — Mas sua lealdade continua sendo depositada nas pessoas erradas.— Não mais. — Sussurrei com firmeza, pousando minha mão sobre a dele. Apertei com força, cravando os dedos na sua pele quente e dura. — Nunca mais, Daimon. Sou sua Luna. Quero nossos filhos de volta. E farei o que você mandar para conseguir.Ele inclinou levemente a cabeça, os olhos escuros me devorando como um predador analisando sua presa. Vi sua língua passar lenta e provocativamente pelas presas, pensativo, o movimento animalesco e brutal que fez meu corpo inteiro enrijecer d
POV: AIRYS— Estive lá. — Ele falou devagar, a voz baixa e carregada de ameaça. — Vasculhei cada pedaço. Nunca encontrei sinal de hospital... nem de pacientes.Engoli seco, sentindo o desespero começar a me corroer.— Eu... — balancei a cabeça, tentando organizar os pensamentos. — Eu não sei como explicar isso...Suspirei, buscando forças para continuar.— Colen... ele é híbrido. — Disse devagar, observando cada reação dele. — Jaqueline, aparentemente, é humana. E a irmã dela... — Travei a mandíbula. — Nunca cheguei a conhecê-la, mas diziam que era uma Lupina. Nunca entendi como três espécies podiam ser irmãos.— Porque não eram três espécies diferentes! &mdash
POV: AIRYSO peso do momento caiu sobre meus ombros. Não havia escapatória. Não havia dúvidas.“Não temos escolha... Sele o nosso destino e traga nossos filhos de volta.”As palavras simplesmente escaparam dos meus lábios, sem que eu pudesse controlá-las. Sem pensar. Sem racionalizar. Elas apenas... foram.O brilho de satisfação que cruzou os olhos de Fenrir me arrepiou até a alma. Seu queixo se ergueu com arrogância selvagem, como um rei diante da submissão da sua rainha.Sua garra se moveu lentamente, descendo pelo meu pescoço, o toque firme e cortante arranhando a pele de forma provocativa até chegar ao local onde a marca de Daimon queimava, viva e pulsante.Eu estremeci violentamente, o corpo reagindo sem permissão, arfando sob a provocação crua daquele contato.“Excelente, pequena.”O rosnado dele vibrou entre nós, carregado de um prazer cruel. Ele estalou a língua, o som rompendo o silêncio como um estalo de chicote.“Quando chegar o momento, deixarei minha marca em sua pele...
POV: DAIMONEla ficou em silêncio, os olhos arregalados e confusos, recuando um passo com a respiração descompassada, arfando como se o ar tivesse se tornado pesado demais para os pulmões frágeis dela suportarem.— Não estou negando nada. — Ela declarou, tentando soar firme, mas a tensão vibrava em sua voz nervosa. — Sou humana. Não tenho como mudar isso, mesmo que desejasse... Talvez tivesse sofrido menos nas mãos do meu pai, do antigo Alfa, do meu ex-marido.Meu maxilar travou. Um rosnado profundo e feroz vibrou no meu peito. Dei um passo à frente, invadindo ainda mais o seu espaço, sentindo o cheiro agridoce do medo misturado ao desejo que ela tentava em vão ocultar.— Você é uma mulher inteligente e forte, Airys. — Rosnei, arrastando cada palavra como uma promessa de destruiç&ati
POV: DAIMON— Para com isso. — Ela murmurou, arfando, apertando os olhos com força enquanto fincava as unhas nos próprios braços, como se tentasse se manter ancorada na realidade. — Por favor, Daimon... Sou apenas uma humana, sempre fui. Eu não sei o que você vê em mim, mas... e se não encontrar? — Sua voz vacilou, embargada. — Vai me descartar?O riso que vibrou em meu peito foi grave, irônico, carregado de um sarcasmo tão puro que ecoou em todo o ambiente como uma promessa obscura. Dei mais um passo à frente, encurtando de vez qualquer distância que ainda teimava em existir entre nós. Passei o braço ao redor da sua cintura com brutalidade controlada, puxando-a para trás, colando nossos corpos.Airys arfou, o quadril dela roçando contra o meu de forma deliciosamente inocente e inconsciente.<
POV: DAIMONRosnei baixo, irritado por precisar realizar aquele teste, sabia de seu medo e dos riscos.— Com a magia em ação, não sinto nada. Nenhuma fagulha da existência deles chega a mim. — Estalei a língua, ponderando em voz alta enquanto percorria sua cintura com a mão, apertando-a de leve. — Mas você... — meus olhos prenderam os dela — você é a Mãe. Você os carrega na alma, conhece seus cheiros, suas emoções, seus instintos. Você é o elo mais forte.Airys arregalou ligeiramente os olhos, a respiração se acelerando.— Não estará sozinha no teste. — Acrescentei, a voz firme, imponente. — Vou estar com você... guiando cada passo.Ela respirou fundo, tentando recuperar algum controle que já havia perdido sem perceber. S
POV: DAIMONEla me lançou um olhar mortal, mas engoliu em silêncio, aceitando.— Sei mais sobre você porque a investiguei. — Continuei, minha voz carregada daquele tom grave que a fazia tremer. — Eu precisava saber quem era a mulher que invadiu a minha noite... quem ousou roubar minha atenção e meu controle. E, naturalmente... — Um sorriso cruel se formou na borda dos meus lábios. — Eu possuo recursos suficientes para obter todas as respostas que desejo.Ela revirou os olhos, despejando uma dose generosa de sarcasmo em um único gesto, e tomou um gole da bebida, sem se importar com a tensão que ainda pulsava entre nós.Depois, com uma naturalidade irritante, abriu a boca em um convite mudo para ser alimentada de novo, como se exigisse minha atenção.Tão ousada.Tão minha. 
POV: AIRYSFui leiloada.Como Luna de alta classe, a companheira do Alfa da minha alcateia, eu deveria ser respeitada, protegida, reverenciada. Mas não.Fui traída. Abandonada. Vendida como mercadoria barata.E o mais humilhante? A pessoa que me entregou foi o homem que jurei amar e servir por toda a vida.Minha cabeça latejava, um zumbido insistente martelava meus ouvidos. Gemi, tentando abrir os olhos, apenas para ser recebida por uma luz ofuscante que queimava minhas retinas. Algo áspero roçava contra minha pele, cortando meus pulsos já feridos. Minhas articulações gritavam em protesto.Respirar era um desafio. A coleira fria em meu pescoço apertava cada tentativa de puxar ar, até mesmo engolir saliva era difícil. Cada movimento era uma punição, minhas costelas doíam, prova da surra brutal que havia recebido antes de ser jogada aqui.Tudo por uma farsa. Uma armação cruel.E a responsável?A mulher que mais confiei na vida.Minha própria irmã.A mesma que peguei na cama do meu marid