O aviso chegou antes dos homens.
O vento mudou de direção, vindo do sul com cheiro de papel úmido e pedra esfregada.
Helena estava no alto da muralha quando sentiu.
— Eles vêm de novo — murmurou.
Sigrid, ao lado dela, apertou o cabo da lança.
— Mal tiveram tempo de engolir a resposta de ontem.
— É isso que me preocupa — respondeu Helena. — Pressa nunca vem sozinha.
Lá embaixo, Kael cruzava o pátio com passo firme.
Ele não olhava para o portão — olhava para a casa.
Para o quarto onde Lyria estava.
Helena desceu para encontrá-lo.
— Vais ficar aqui — ela disse. — Se eles vierem com papel, eu respondo.
Kael negou com a cabeça.
— Eles não querem papel.
A voz dele saiu grave, arranhada, mas segura.
— Querem fresta.
Helena sentiu a runa aquecer.
— E não vão ter.
Os homens do Sul chegaram com mais cuidado dessa vez.
Dois à frente, um atrás.
Mesmos mantos cinza, mesmas capas bordadas, mas agora traziam algo a mais:
um estandarte pequeno, com o símbolo do Conselho desenhado em prata sobre fundo