Incendeia-me
A discussão começou com um estalo seco, como faísca na palha seca.
Bastou uma palavra atravessada de Helena para Leonardo erguer a voz, o tom ferido disfarçado de raiva.
— Você me colocou aqui como um prisioneiro de luxo, Helena.
—Não sou nenhum animal a ser mantido em cativeiro, mesmo que com internet de alta velocidade e forno elétrico de última geração.
— E você preferia o quê? Estar morto?
Porque foi isso que quase aconteceu, Leonardo! Rebateu ela, os olhos brilhando de indignação e algo mais sombrio.
— Estou tentando te proteger, mas você insiste em testar os limites de tudo!
Ele deu um passo à frente, o peito subindo e descendo com a respiração pesada.
Ela não recuou.
— Não quero sua proteção, Helena. Quero...
A frase morreu na garganta.
Os olhos dele a percorreram com a mesma intensidade de um incêndio.
— Quero você falando comigo com honestidade.
—Sem esse escudo de superioridade.
—Sem essa armadura de gelo.
Helena engoliu em seco. A mã