Capítulo 7 | Atlas

— Vamos, vamos! — gritou o treinador, soprando o apito meia hora depois.

Com o término do treino, todos patinaram até o banco, tirando os capacetes e agarrando toalhas e garrafas de água.

— Há uma reunião sobre o novo projeto que a universidade deseja implementar em uma hora, na sala de conferências. Quero que todos estejam lá e se comportem da melhor maneira.

Ele olhou para cada um de nós, como se quisesse transmitir a mensagem diretamente aos nossos cérebros, e só continuou quando teve certeza de que todos estavam na mesma página.

— Eu não sei muito sobre isso, mas é importante, então não ajam como caipiras lá. Agora vá tomar banho! Vocês fedem.

— Sim, senhor! — ressoou um coro de vozes acompanhado de saudações militares, fazendo o treinador balançar a cabeça, mas o sorriso em seu rosto era inconfundível.

O velho nos ama.

Um a um, descemos do gelo e fomos para o vestiário, que logo se encheu de conversas animadas.

— A reunião não era amanhã? — Ethan perguntou enquanto se despia.

— Era — confirmou Kris. — Talvez tenha sido antecipada.

Os caras assentiram, compreendendo, enquanto eu olhava em volta, sem entender. Parecia que era o único que não sabia o que estava acontecendo.

— O que eu estou perdendo?

— A universidade está planejando um projeto promocional para a equipe. Acho que eles querem atrair mais atenção para o departamento de esportes — respondeu Kris.

— Basicamente, será algum tipo de sessão de fotos. Ouvi dizer que o time de vôlei teve uma no ano passado.

— Andre, um de nossos alunos do segundo ano, deu uma força.

— Pense nisso como um ensaio para todos os contratos de marca que estaremos assinando quando formos profissionais — brincou Dylan, em seu canto do vestiário, exibindo-se nu.

Quando o conheci, eu, como o resto da equipe, fiquei surpreso com sua completa falta de vergonha diante dos colegas. Mas agora isso era tão normal quanto tomar banho, mesmo que ele dançasse nu enquanto se banhava e seu pai balançasse para lá e para cá.

Ele havia feito isso em algumas ocasiões após jogos importantes. Luto para apagar essa memória do meu cérebro todos os dias. Era traumatizante demais.

Ele então se virou e abriu os braços, fazendo uma pose.

— Eu vou ser uma estrela! — anunciou, antes de se dirigir aos chuveiros.

— Bem, pelo menos alguém está animado — eu disse, revirando os olhos, e os outros caras riram junto. — Mas como é que eu não soube disso?

De repente, Kris e Ethan se tornaram tensos, trocando olhares preocupados entre si.

— Uh... foi alguns dias atrás, quando você foi para casa e perdeu alguns treinos.

O alívio que eu estava sentindo desde que pisei na pista desapareceu imediatamente e um peso muito familiar se instalou em meu peito.

— Certo. Faz sentido — eu disse, assentindo rapidamente antes de ir para os chuveiros também.

Eu precisava me controlar.

Quarenta minutos depois, fui o primeiro a entrar na sala de conferências, enquanto os outros caras ficaram para trás. Havia um cara alto e corpulento preparando o projetor, com seu laptop em cima da mesa. O treinador estava conversando com uma mulher na frente da sala.

Com ela de costas para mim, não consegui ver seu rosto, mas algo sobre ela parecia familiar. Meus olhos examinaram seu corpo em forma, absorvendo sua figura. Ela usava uma camisa azul bebê enfiada em jeans rasgados que acentuavam sua cintura estreita e quadris largos, sem mencionar suas pernas longas. Seus cabelos ruivos estavam presos em um coque bagunçado, proporcionando uma visão perfeita de seu delicado pescoço.

Talvez trabalhar neste projeto não fosse tão ruim. Eu precisava de uma distração, afinal.

O treinador encontrou meus olhos do outro lado da sala e me chamou.

— Griffin. Vamos entrar — disse ele. — Onde está o resto da equipe?

— Eles estão esperando lá fora — respondi, aproximando-me deles.

O treinador suspirou e contraiu os lábios.

— É uma reunião. Não um desfile de moda — ele murmurou, antes de se voltar para a mulher novamente, com uma expressão surpreendentemente gentil.

— Estarei de volta com o resto.

Ela assentiu e ele rapidamente saiu da sala, resmungando algo baixo sobre as crianças de hoje em dia.

A mulher ainda não se virou para me encarar, então me aproximei até ficar a poucos metros de distância.

— Então, isso vai ser profissional, hein? — eu disse, tentando iniciar uma conversa casual.

— Suponho que sim — respondeu a mulher, e outra onda de familiaridade me atingiu, mas não percebi quem era até que ela se virou completamente. E, rapaz, eu estava surpreso.

— Olá, Atlas — disse a Sophie, com um sorriso irônico nos lábios rosa.

Ah, merda.

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