— Eu sou a porra do seu dono! Eu comprei você! — A frase ecoa nas paredes da casa como um trovão selvagem, rasgando o ar entre eles. As palavras saem como uma sentença. Cruas. Irreversíveis.
Os olhos de Celina se arregalam por um instante, seu rosto empalidece. Por um segundo, tudo dentro dela silencia. Os batimentos do coração cessam, sua boca entreabre, mas o ar evapora de seus pulmões, o mundo congela.
Ela recua um passo. Só um. Mas é o suficiente para que ele perceba o peso do que acabou de dizer, o arrependimento salta em sua garganta, mas é tarde demais.
— Celina... — o olhar dele vacila. Ele estica a mão como se pudesse puxar as palavras de volta.
Contudo, Celina se afasta como se tivesse levado um tapa. O que ele ver nos olhos dela não é medo, não é vergonha.
É revolta.
Fúria.
Traição.
— Vai se foder, detetive de merda — ela sussurra, a voz baixa, carregada de ódio.
Ela gira nos calcanhares com um movimento seco, os ombros rígidos como pedras e o queixo erguido em desafio. A ca