— Feche os olhos — o lycan ordena, a voz baixa, grave, mas impregnada de autoridade natural. Ele não grita. Não precisa.
— Quantas meninas como eu você já comprou, detetive?
Celina cospe a última palavra como se fosse veneno em sua boca, a voz carregada de dor disfarçada de desdém.
Dante a encara, surpreso. A provocação não é aleatória — é uma acusação. Uma ferida.
Ele se inclina um pouco para trás, tentando entender.
— O oque você...
— Eu conheço bem o tipo de homem que se esconde atrás de um distintivo — ela o corta, erguendo o rosto apesar do calor febril e das correntes que pesam nos pulsos. — Um verme engravatado, um cretino que veste a farda de dia e à noite compra mulheres como se fossem gado…
Um rosnado grave vibra no peito de Dante; o som faz tremer o ar entre os dois.
Celina arqueia as sobrancelhas, o escárnio curvando um canto da boca.
— É só isso? Vai rosnar como um cachorrinho? — Ela faz uma pausa, reunindo forças para continuar falando. — Pra evoluir de verme pra cachorr