O quarto está silencioso, exceto pelo som abafado de carros distantes passando na rua. O sol entra pelas frestas da cortina, pintando faixas douradas sobre o lençol amarrotado embolados nas pernas humanas. Celina abre os olhos devagar, como se estivesse despertando de um sonho extremamente real.
O corpo dói. Uma dor um pouco pulsante, incômoda, mas não exatamente desagradável. Ela se move levemente na cama para se espreguiçar, mas sente o protesto entre as pernas — um lembrete físico e inegável da noite passada, de como seu interior havia sido esticado até ao limite para se moldar na haste de seu “escolhido”. O calor sobe para o rosto e, antes mesmo de pensar, a voz fria e acusadora da própria consciência ecoa em sua mente:
"Você realmente entregou sua virgindade ao possível assassino da sua mãe."
A frase ecoa em sua cabeça como uma sentença. Celina fecha os olhos com força, como se pudesse calar aquela frase. Mas não consegue. O gosto amargo de contradição se mistura ao sabor doce que