O concreto gela sua pele.
Celina está deitada no chão de um cômodo minúsculo, sem janelas, sem qualquer acesso ao mundo além daquelas quatro paredes mofadas. O cheiro rançoso de urina antiga, mofo e sangue seco impregna suas narinas, se fundindo ao gosto amargo que se instala na garganta.
Ela perdeu completamente a noção do tempo. Não sabe se passaram horas ou dias desde que foi jogada ali, tudo permanece no breu. Só sabe que está fraca. O estômago dói de vazio, e o corpo tremer mais a cada segundo — frio, fome, raiva.
As braçadeiras de plástico ainda apertam seus pulsos com crueldade, roçando na pele já ferida. Ela tenta ignorar a dor, tenta ignorar o medo. Mas é difícil. O coração insiste em bater como um tambor apressado. O pescoço arde sob o peso metálico de uma coleira grossa, com um pequeno cadeado lateral que tilinta a cada movimento. A corrente que parte da coleira está presa a um gancho baixo na parede.
Eles a prenderam como se fosse um animal. Celina sequer consegue levantar