Estou deitada na cama, meu corpo está fraco, sinto dores no tornozelo que está preso, na garganta depois de tanto gritar e dor de cabeça, não sei quanto tempo estou aqui, mas parece uma eternidade. Seguro meu pingente e as lágrimas escorrem dos meus olhos sem que eu possa pará-las, estou com fome, não como desde que saí de casa para trabalhar, mas tudo que consigo pensar é na minha filha. Não sei onde ela está ou se está bem, nem ao menos sei se vou voltar a vê-la. Tenho medo de que ninguém me encontre, medo do que o Álvaro possa fazer comigo.
Estou perdida nos meus pensamentos e preocupações quando a porta se abre novamente, levanto-me do meu lugar me encolhendo no canto da cama.
— Pensei que estava dormindo. — Ele vem se aproximando com um olhar assustador.
Permaneço em silêncio, não sei o que se passa na cabeça dele nesse momento e não quero provocar sua ira.
— Sabe, Laura, acho que nós vamos viver bem, vamos recomeçar longe daqui e aí podemos voltar a ser felizes.
— Álvaro,