Eu estou andando pelas ruas, sem rumo, sem saber o que fazer da minha vida daqui para a frente e mal consigo acreditar no que acabo de presenciar. Como eu pude ser tão burra? Os sinais estavam todos na minha cara. E pensar que um dia eu acreditei na lealdade daqueles dois.Meu Deus, o que eu vou fazer agora? Fui até a casa da minha melhor amiga, Pilar para pedir ajuda, pedir se poderia passar uns dias em sua casa já que na minha eu não me sinto segura. O homem que deveria ser meu porto seguro é um covarde, um canalha e só agora vejo isso. No início do nosso relacionamento ele era um perfeito cavalheiro, atencioso, carinhoso, gentil, tinha todas as qualidades possíveis, mas depois que nos casamos, tudo começou a ficar diferente, teve início com alguns gritos e xingamentos, qualquer coisa era motivo para ele perder a paciência, começar a me ofender e me desmerecer, dizia que eu deveria agradecer por ele ter se casado comigo e que se não fosse por ele eu ficaria sozinha para sempre por

As semanas passaram muito rápido e eu consegui aprender tudo sobre minha função, meu chefe é extremamente ocupado, porém, muito simpático e está sempre de bom humor, entre reuniões, contratos e compromissos construímos uma amizade que se estende a Victor, irmão de Jhonatan e braço direito dele na empresa, e que também é chefe de Rafaela, formando assim um clima bem agradável para trabalhar.Mesmo com o passar das semanas e nosso convívio diário, não consigo tirar Jhonatan da minha cabeça, seu sorriso continua provocando o mesmo efeito em mim desde o primeiro dia e fico imaginando como seria beijar aqueles lábios. Mas isso tem que parar, eu jurei a mim mesma que não vou mais me envolver com ninguém, e depois de tudo que passei naquele casamento tóxico não quero mais saber de homem na minha vida.Só se for para me divertir e curtir uns dias, mas nada de relacionamentos mais. Não quero sofrer de novo.Contudo, não tem a menor chance disso acontecer com o gostoso do meu chefe, ele nunca

Acordo com o som do alarme e me levanto animado vendo que hoje vai ser um dia de sol.Faço minha higiene matinal, tomo um café reforçado e vou fazer meus exercícios diários.Gosto de me exercitar pela manhã, me sinto bem e com mais disposição para encarar o dia.Quando vejo já é hora de me arrumar para o trabalho. No caminho do escritório penso no beijo de Laura, aquela boca não sai da minha cabeça.Pergunto-me se ela também gostou do beijo porque quero muito beijá-la de novo. Rio sozinho dos meus pensamentos loucos.Hoje tenho milhares de compromissos e já sei que meu dia vai ser agitado, eu amo meu trabalho e por isso não reclamo, às vezes reconheço que exagero um pouco na demanda da semana, mas vejo que cada esforço está valendo a pena, pois a Gutierrez Security está crescendo e em breve vamos abrir filiais em outros estados.Chego no escritório e já vejo Laura em sua mesa, ela está concentrada e não percebe minha aproximação.— Bom dia, Laura — eu a cumprimento e ela se assusta.

Entro em casa com minha cesta de chocolate nas mãos e um sorriso no rosto, toco meus lábios me lembrando do beijo de Jhonatan, incrível como ele soube exatamente o que fazer para me alegrar. Coloco a cesta na mesa da sala junto com minha bolsa e já começo a tirar meus sapatos pra relaxar meus pés antes do banho, no caminho para meu quarto ouço um barulho no portão e estaco no lugar onde estou, fico em silêncio para ter certeza se ouvi realmente ou se é impressão minha, mas para minha infeliz surpresa a porta de casa é aberta com brutalidade e eu não tenho tempo de correr, pois Álvaro avança com tudo pra cima de mim. — Sua vagabunda, tá achando que vai ficar livre de mim e ficar por aí se esfregando naquele cara? Com certeza tá dando pra ele não é, tá ganhando presentinho e até em casa ele está te trazendo — ele grita comigo enquanto me segura com força pelos cabelos e dá tapas em meu rosto — fala, sua puta, tá se vendendo pra ele há quanto tempo? — Me solta Álvaro, me solta, você e

Abro meus olhos com dificuldade pela claridade, olho em volta e percebo que estou em um quarto de hospital, avisto Joana sentada no sofá próximo da cama onde eu me encontro, as dores pelo meu rosto e corpo me trazem as lembranças da noite anterior e foi aí que um choro me tomou por completo. Joana acorda com o som dos meus soluços e vem para perto de mim. — Ei, minha menina, você está segura agora, calma. Vou chamar o médico e avisar que você acordou — diz apertando um botão ao lado da cama. — Joana, por favor me diz que não foi real, me diz que foi um pesadelo, por favor. — Lamento, minha menina, mas infelizmente não foi um pesadelo, porém, você não está sozinha, nós vamos estar com você e passar por isso juntas, minha querida, você é parte da minha família agora e vou cuidar de você como cuido de Rafaela. — Ela me abraça e eu fico em seus braços ainda chorando até que a porta se abre e eu me sobressalto de susto.— Quem é? — Calma, Laura, é o Doutor que está cuidando de você —