Entro na boate acompanhado por meu irmão e as nossas assistentes, lá dentro vamos direto para a área VIP.
— Nunca achei que um dia eu estaria na área VIP com meus chefes — Rafaela diz de maneira divertida.
— Esqueça a parte dos chefes por hoje, estamos entre amigos só isso — respondi com uma piscada na direção dela. — Hoje vocês serão nossas convidadas, podem pedir o que quiserem.
— É, Laura, já vi que nós não vamos conseguir nada essa noite, com esses dois por perto e ainda nos bancando não vai ter nenhum homem que se aproxime de nós. — Ouvir isso me atingiu de forma inesperada e confesso que não sei o que essa sensação significa.
— Daqui a pouco a gente dá um perdido neles e vai para pista, aposto que eles também não vão querer ficar empatados essa noite — Laura responde com seu olhar tentador na minha direção.
Já percebi seus olhares para mim diversas vezes, mas nunca dou corda, pois não quero estragar a boa relação que estamos desenvolvendo e caso eu tenha algum envolvimento com ela as coisas podem ficar complicadas no trabalho.
Por esse motivo tento me manter indiferente, mesmo tendo uma vontade louca de provar aquela boca.
Nós pedimos nossas bebidas e eu fiquei apenas com uma soda com limão, já que sou o motorista da vez.
Eu e Victor sempre que vamos sair temos como regra que o que for dirigir não ingere álcool naquela noite.
— Meninas, sei que vocês não querem que a gente atrapalhe a noite de vocês, mas o que acham de uma dança antes do perdido que estão planejando nos dar? — pergunto e elas dão uma risada aceitando a dança.
Vamos em direção à pista e Victor já puxa Rafaela pela cintura, mandando um sinal bem claro para qualquer marmanjo de que ela está acompanhada, rio balançando a cabeça de forma negativa.
Meu irmão está interessado em sua assistente e eu não posso dizer nada já que estou me controlando para não cair na tentação de beijar a minha.
— Você e Rafaela são muito unidas, né? Há quanto tempo são amigas? — pergunto próximo ao ouvido de Laura para que me escute com clareza por causa da música alta.
— Somos, sim, não tem muito tempo que nos conhecemos, mas ela e a mãe foram as únicas pessoas que ficaram do meu lado no momento em que mais precisei, por isso, descobri que quando a amizade é sincera e verdadeira o tempo é só um mero detalhe diante da intensidade das coisas.
— Isso é verdade, e são poucas as pessoas que podemos contar como amigos sinceros.
— Tá aí uma coisa que eu sei bem.
Ela se cala voltando a tomar sua bebida enquanto dança animada próximo ao meu corpo, ela está muito sexy nesse vestido e eu não resisto puxando-a pela cintura colando suas costas em meu corpo, ela mexe sua bunda e isso faz meu pau reagir dentro da calça.
— Preciso ir ao banheiro, me espere aqui — falo em seu ouvido, dou um beijo em seu pescoço e sinto sua pele arrepiar.
Vou em direção ao banheiro pensando se é isso mesmo que quero fazer, se eu der ao menos um beijo nela, não terá volta, por isso preciso ser honesto com ela e comigo mesmo sobre esse sentimento que tem aumentado a cada dia.
Após esfriar a cabeça e decidir que vou jogar limpo com Laura eu volto para a pista, mas não a vejo onde a deixei, olho em volta a procurando com os olhos e vejo uma confusão de pessoas a alguns metros de onde estou, parece ser alguma briga.
O certo seria eu me afastar de onde está o tumulto, no entanto, por algum motivo eu me preocupo de ser alguma coisa com Laura e com isso em mente vou na direção ao círculo de pessoas.
Afasto algumas pessoas abrindo caminho para eu passar e de repente avisto um homem totalmente alterado arrastando Laura pelo braço enquanto ela tenta se soltar aos gritos e ninguém estava fazendo absolutamente nada para impedir aquilo.
Meu sangue ferve e eu avanço na direção do sujeito, o acertando em cheio no nariz. Ele cai no chão com o nariz sangrando e nesse momento vejo alguns seguranças do local se aproximando.
Olho para Laura que está visivelmente abalada, toco em seu rosto com delicadeza e ela me olha com olhos marejados.
— Vamos sair daqui! — eu falo e ela assente.
Eu a abraço pelo ombro e caminho com ela em direção à saída.
— Você está bem? Ele te machucou?
— Não, só estou assustada, nunca achei que ele pudesse fazer uma coisa dessas.
— Você conhece aquele cara? — pergunto com uma sobrancelha levantada tentando entender o que aconteceu lá dentro.
— Infelizmente, sim, ele é meu ex-marido.
— Nossa, sinto muito. Quer ir embora? Eu te levo em casa.
— Não, já atrapalhei sua noite o suficiente, eu peço um carro de aplicativo, só avisa a Rafa que eu já fui.
— De jeito nenhum que vou deixar minha convidada ir embora sozinha, eu te levo. Vou ligar pra Victor e avisar que estou indo te levar, assim ele avisa a Rafa que tenho certeza de que está com ele. — Sorrio para ela que me acompanha desfazendo a expressão de antes.
Vamos todo o caminho conversando sobre diversos assuntos aleatórios e decido não tocar mais no assunto "ex-marido".
Quando chego em frente à sua casa desligo o carro e me volto em sua direção.
— Obrigada por tudo que fez essa noite e pela carona. Tenho certeza de que fui a acompanhante que mais te deu trabalho na vida.
— Já tive mais trabalho do que socar o nariz de alguém depois de uma boa dança. E por falar em dança não terminamos a nossa, então vou ficar te devendo.
— Pode apostar vou cobrar — ela responde com aquele olhar que me prende, vejo seus olhos descerem para meus lábios e faço o mesmo.
Sem conseguir me segurar, toco em seu rosto e com meu polegar contorno lentamente seus lábios, percebendo que ela está me olhando com intensidade.
— Laura, eu quero muito te beijar, mas não sei se devo.
— E se eu disser que também quero te beijar?
Com essa frase eu avanço em seus lábios provando de sua boca como há muito tempo eu queria fazer, vou aprofundando o beijo e nossas línguas se encaixam perfeitamente uma na outra em uma dança alucinante, afundo meus dedos em sua nuca a trazendo para mais perto de mim enquanto devoro sua boca, chupo sua língua, mordo seu lábio sem vontade de parar aquele beijo.
Afasto-me para buscar ar e vejo que ela também está ofegante, encosto minha testa na sua e vejo que se não parar agora vou acabar arrancando sua roupa ali mesmo, dentro do carro.
— Acho melhor eu ir embora.
— Tudo bem, esse beijo salvou minha noite.
E dizendo isso ela desce do carro e caminha até o portão.
Ainda fico ali e aguardo até a ver entrar para dar partida no carro e ir direção à minha casa.
Chego em minha cobertura ainda pensando no que aconteceu e sentindo o gosto do seu beijo.
— Que boca gostosa, vai ser difícil não querer beijá-la de novo — digo em voz alta enquanto me jogo no sofá da sala.