Quando estava prestes a abrir a porta traseira, uma mão firme agarrou seu braço, fazendo-a girar de surpresa. Mikail estava diante dela, o rosto próximo o suficiente para que ela sentisse o cheiro inconfundível do perfume amadeirado que ele usava.
— Não precisava ter pegado tão pesado com a minha mãe — disse ele, a voz baixa, mas carregada de tensão.
— Eu já falei sobre o estado de saúde dela.
Sofia ergueu o queixo, os olhos verdes faiscando de orgulho e raiva.
— Só porque está doente não tem o direito de me tratar daquela forma. Se alguém pegou pesado comigo, Mikail, foi ela. Agora me deixa em paz. — Sua voz ganhou um tom cortante.
— Cada vez mais eu tenho a certeza que é tão ruim quanto elas ...não suporto nem olhar para você.
Um sorriso enviesado surgiu nos lábios dele, como se fosse incapaz de levar a sério aquela repulsa declarada. Ele inclinou o rosto para mais perto, a boca quase roçando o ouvido dela, e falou baixo, num tom que era puro veneno misturado com desejo:
—