Alena Petrova
Eu só queria um pouco de chá. Um pouco de paz. Um pouco de normalidade depois de tudo que vivi nos últimos dias. Já era manhã, o céu do lado de fora começava a clarear por entre as janelas enormes da mansão. Andei na ponta dos pés até a cozinha, com a mesma camisa larga da irmã dele ainda no meu corpo. Optei por não pegar outra roupa dela porque não queria incomodar ou parecer enxerida. O máximo que fiz foi escovar os dentes.
Mas depois dos dias e da noite anterior, tinha algo de bom — ou ao menos parecia ter: eu me sentia viva. Cansada, sim, mas viva. E faminta.
Na cozinha, enquanto esperava a água ferver, abri a geladeira e procurei qualquer coisa que não cheirasse a morte ou testosterona — confesso que ri mentalmente do meu pensamento, afinal, era uma piadinha bastante sem graça, já que a última coisa que esse lugar onde eu estava cheirava era a morte. Testosterona, sim.
Encontrei um pote de geleia de morango e uma tigela de frutas cortadas. Peguei um pedaço de pão d