Quando ouvi a chave girar na porta, meu coração deu um salto.
Era tarde — mais tarde do que qualquer outro dia.
Passei o dia inteiro sentindo uma angústia estranha, como se o ar estivesse mais pesado… como se algo estivesse prestes a desabar.
E quando a porta finalmente abriu, o que entrou não foi apenas Noah.
Foi o cansaço dele.
Foi a exaustão espalhada nos ombros tensos.
Foi a guerra que ele travou sozinho o dia inteiro.
Ele fechou a porta devagar… como quem tenta não deixar o mundo lá fora cair para dentro do apartamento.
E quando levantou o rosto e me viu, parada no centro da sala, com as mãos entrelaçadas e o coração na garganta… ele simplesmente parou.
E respirou fundo.
Muito fundo.
Como se me ver aliviasse um peso — e ao mesmo tempo colocasse outro no lugar.
— Noah… — sussurrei, dando um passo à frente.
Ele não falou nada.
Apenas veio até mim.
Passou os braços ao meu redor e me segurou como se estivesse se apoiando para não desmoronar.
E foi aí que eu soube:
alguma coisa tinha