Não gosto de trabalhar com plateia.
Ainda me sentindo acalorada, caminhei até a espreguiçadeira onde estavam minha toalha, meu short, meu chapéu e meu celular. Mas, em vez de me sentar, decidi voltar para a ducha. Girei o registro e deixei a água fresca cair sobre meu corpo, levando consigo o suor, a tensão... E, quem sabe, um pouco do efeito devastador que Santino causava em mim.
Relanceei o olhar. Lá estava ele, puxando o aspirador da piscina. As sobrancelhas juntas, o olhar focado, os lábios carnudos contraídos numa linha tensa. E quando seus olhos cruzaram com os meus, um arrepio percorreu minha espinha. Não, não foi a água gelada.
Fechei a ducha. Sem olhá-lo, caminhei até a toalha, enxugando-me com pressa, como se isso fosse capaz de me proteger dele. O som do aspirador preenchia o ambiente, mas não chegava a ser perturbador. Ao contrário, era quase uma trilha sonora para o campo de guerra silencioso que se estabelecia entre nós.
Puxei a espreguiçadeira, ajustei-a para que uma parte ficasse no sol e me sentei. E en