Lúcia
Quinta-feira
Acordei após o sonho durante a madrugada e não consegui dormir mais. Eram 4:00 da manhã e eu não conseguia fechar os olhos em paz. Os flashes do passado. O medo crescente no meu peito. A sensação de alguém me observando. Me seguindo. Tramando contra mim.
Desci com cuidado as escadas, pé por pé. Cada movimento é acompanhado pelas batidas aceleradas do meu coração. É ridículo ter medo dentro da própria casa, mas eu não duvidava de nada vindo de Ítalo.
Ítalo.
Esse nome me traz amargor na boca, como se algo podre estivesse em contato com a minha língua. Fiz uma careta de pensar nele. Como eu pude ser tão imbeci e cega?
Cheguei ao pé da escada e olhei em direção à cozinha que estava escura. Respirei fundo e corri na ponta dos pés pra acender a luz, como se pudesse queimar todo o tipo de medo e lembrança ruim que havia dentro de mim.
Quando o cômodo foi iluminado me senti mais segura, mesmo que não fosse verdade. Me sentei na mesa sentindo como se meu estômago fo