No instante em que os lábios de Selene e Darius se separaram, ambos pareciam despertar de um transe. Darius recuou um passo, sua expressão mudando rapidamente para algo próximo do arrependimento.
— Me desculpa! — ele disse de maneira firme, desviando o olhar e girando nos calcanhares, pronto para sair dali.
Mas Selene reagiu instintivamente, segurando seu braço antes que ele escapasse.
— Precisa limpar sua boca, está suja de batom.
Darius piscou, confuso, e passou a língua pelos lábios como se tentasse sentir a mancha. Selene, por sua vez, caminhou pelo quarto, abrindo gavetas até encontrar lenços umedecidos. Ao pegá-los, riu baixinho.
— O que foi? — ele perguntou, pegando o lenço que ela lhe estendia.
— Eles dizem renegar a tecnologia pelo peso que ela representa, mas só fazem isso com a tecnologia que pode acabar com a alienação — ela comentou, balançando a cabeça. — Ainda podemos gozar de todo o resto: energia elétrica, saneamento básico, comidas processadas… Menos da comunicação r