O aposento designado a Selene era amplo, com pé-direito alto e grandes janelas góticas que permitiam que a luz da lua se derramasse pelo chão de mármore negro. As paredes eram adornadas com tapeçarias ricas em detalhes, representando símbolos que ela ainda não compreendia completamente, mas que certamente pertenciam à linhagem Devereaux. A cama imponente, com colunas esculpidas em madeira escura, estava vestida com lençóis de linho fino e colchas bordadas em tons de vinho e ouro.
Ao entrar no quarto, Selene sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Tudo ali pertencia à mulher que lhe dera a vida, mas que nunca fora parte dela. O aroma sutil de algo floral ainda pairava no ar, como se a antiga ocupante do aposento pudesse retornar a qualquer momento. As roupas no armário, os livros na escrivaninha, os pequenos adornos sobre a cômoda... tudo indicava que aquele espaço havia sido preservado com zelo. Como se o clã esperasse que sua mãe voltasse. Mas ela não voltou. E, no lugar dela, Selen