MELISSA
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Eu estava prestes a me enfiar novamente na rotina cansativa de estudos, retomar o controle da minha vida e seguir com os planos para o futuro. No meio disso, percebi que não teria tempo para ir visitar os meus pais tão cedo. Então, eu e o Diego decidimos que o melhor era ir no dia seguinte, antes que a vida nos engolisse outra vez.
No fundo, eu queria seguir o padrão das outras visitas, entrar no carro, encarar horas de estrada, cantar desafinado no caminho e discutir com o GPS. Mas, dessa vez, a realidade era outra. O que levaria horas, passaria a levar apenas alguns minutos. Ainda era estranho para mim pensar que um helicóptero poderia encurtar tanto a distância entre a minha vida e a deles.
À noite, liguei para o meu pai. Ele atendeu com a mesma alegria de sempre, aquela voz que me abraçava mesmo sem eu estar lá.
Pai: Minha filha! Que bom que você ligou! Você anda muito sumida. Como você está?
— Desculpe, papai… Foram meses de conexão e renovo, mas agora estou bem.
Pai: