O cheiro do café e croissant invadia o salão do hotel, misturando-se ao som abafado de talheres e conversas matinais. Alice desceu as escadas como quem pisa em vidro. Cada degrau era um lembrete de que não tinha ensaiado nada. Nenhuma frase pronta. Não havia nenhum tipo de escudo.
E então, lá estava ela. Sentada com elegância, lendo um jornal como se pertencesse àquela paisagem. Alice sentiu um aperto no peito, como se estivesse diante de uma armadilha da qual não conseguia escapar. Seus passos vacilaram, e, por um segundo, seu instinto foi recuar, mas o coração se impôs.
Ela respirou fundo, se aproximou devagar, e chamou em tom baixo:
— Val... Valentina.
A voz saiu mais suave do que gostaria. Mais carente do que pretendia. A mulher ergueu os olhos lentamente, como se tivesse saboreado o som do próprio nome, enquanto dobrava o jornal.
— Alice! — Seu nome saiu como um sussurro cheio de surpresa. Ela se levantou. A proximidade era quase insuportável. — O que faz aqui? — Perguntou, como