Vitório
O relógio de parede marcava os minutos em intervalos compassados entre um pensamento e outro, como se o tempo também aguardasse a decisão que mudaria o rumo da vida de Vitório e de seu filho.
O escritório em tons sóbrios e estilo minimalista, da Acrópole estava mergulhado em um silêncio tenso e pesado. As paredes revestidas em madeira escura, a iluminação indireta e o aroma discreto de couro e whisky envelhecido compunham o cenário de poder.
Atrás da mesa de carvalho negro, Vitório fitava os documentos espalhados com expressão cerrada. Sua mão direita segurava uma caneta Montblanc, mas ele não escrevia, apenas girava o objeto entre os dedos como se aquilo ajudasse a clarear o caos mental que o consumia.
Diante dele, Ticiano o observava sentado da poltrona com a postura de seriedade de quem sabia exatamente o peso daquelas palavras escritas nas folhas de papel.
- Você precisa tomar uma decisão. – Ticiano disse, olhando para os documentos que ele mesmo distribuiu sobre a mesa