Vivian
O salão da galeria estava transformado num templo em honra às esculturas. As paredes brancas destacavam cada obra sob luzes estrategicamente posicionadas, de modo que cada peça parecia respirar. Metais refletiam a iluminação em tons quentes, pedras escuras projetavam sombras enigmáticas, madeiras entalhadas exibiam marcas de tempo e talento. O ar tinha um peso reverente, como se cada convidado soubesse que estava diante de algo raro, talvez irrepetível.
Vivian percorreu o espaço com passos firmes, mas discretos. O vestido azul-marinho, sóbrio e elegante, conferia-lhe o equilíbrio perfeito entre sofisticação e neutralidade profissional. Naquela noite, ela não era esposa de ninguém - não era a neta do mordomo, não era a Sra. Braga. Era a responsável por aquela exposição. E não permitiria que nada ofuscasse seu trabalho.
- Está impecável. - disse Matheus ao surgir ao seu lado.
Ele usava apenas calça preta e camisa de linho clara, as mangas arregaçadas, os cabelos desalinhados de p