Daniel
10h03
O rádio da polícia ainda chiava, mas nada do que vinham dizendo ajudava a encurtar a distância entre mim e Rose. O carro suspeito foi visto entrando em uma rua estreita na zona norte… mas a câmera seguinte estava desligada. Pista morta.
Eu apertei o volante até sentir os dedos formigarem.
— Droga… — O palavrão saiu baixo, mas queimou na garganta.
Jhon, ao meu lado, analisava o monitor portátil que a equipe dele tinha trazido.
— Daniel… sem a placa completa, vamos depender de reconhecimento visual. E o último registro é de duas horas atrás.
A informação caiu como pedra no estômago. Duas horas. Duas horas de vantagem para quem quer desaparecer.
10h26
Fomos até o endereço de uma suposta “garagem de fachada” que poderia abrigar o carro. Nada. Portão fechado, correntes novas, silêncio absoluto. Um cachorro magro latiu até a garganta secar, mas não havia ninguém ali.
Eu caminhei em círculos na calçada, sentindo a respiração rasgar o peito. A imagem de Rose,