O quarto da maternidade era calmo. A luz do fim da tarde filtrava pelas cortinas claras, deixando tudo com cara de pausa.
Sophia estava na poltrona perto da janela, com a bebê aninhada no colo, mamando tranquila. A expressão dela era de exaustão... mas também de paz.
A porta se abriu devagar.
Rafe entrou, com um copo de café na mão e os cabelos ainda úmidos do banho rápido. Estava sem blazer, a camisa escura arregaçada nos antebraços.
— Ela ainda está mamando? — perguntou baixinho, se aproximando.
— Sim — respondeu Sophia, sorrindo de lado. — Demora um pouquinho.
— Não estou com pressa.
Ele chegou perto da poltrona e se abaixou ao lado das duas.
Olhou o rostinho da filha, encostado no peito da mãe, os olhinhos fechados de contentamento absoluto. E então olhou pra Sophia, com uma calma rara.
— Precisa de alguma coisa?
— De você aqui.
Rafe respirou fundo. Estava ali, inteiro, mas parecia que o corpo ainda não tinha acompanhado a alma.
— Eu ainda estou tentando entender que isso está aco