UMA SEMANA DEPOIS Sophia tinha a impressão de que era vigiada. Naquela manhã, ao sair da casa de repouso, depois de contar a novidade da gravidez para uma esfuziante Lolita, encaminhou-se para o estacionamento com a sensação de que era seguida.
Olhou por cima do ombro antes de entrar no automóvel e não viu ninguém. Sentou-se ao volante e puxou a porta. Soltou a respiração num jato forte, como se liberasse a tensão. Mas ela continuava tensa.
Rumou para a clínica médica onde se encontraria com Rafe para a primeira consulta com a obstetra.
Ela ainda não tinha barriga, nem um pequeno volume sequer, mas o gesto de descansar a mão sobre o ventre já era natural.
Acariciava sua barriga, como se fizesse carinho no bebê. Pegou-se inclusive rindo sozinha ao pensar em quantas vezes deu importância ao seu abdômen, e agora, ele era o lugar mais importante do mundo. Ela gerava uma vida.
Rafe a aguardava no estacionamento da clínica, do lado de fora do automóvel, recostado na lataria. Sorriu ao vê-la