AIYANA
A brisa da manhã era fria e úmida, carregando o perfume das flores do jardim, doce demais, quase enjoativo. A cada passo, a grama sob meus pés parecia mais espessa, mais pesada, como se algo ali embaixo quisesse impedir meu avanço. O jardim dos fundos era o mais silencioso da mansão, com canteiros tão bem cuidados que mal se notava o que havia sob eles.
Túmulos.
Corpos enterrados debaixo das flores.
Vardam estava lá, de costas para mim, com as mãos suspensas sobre um círculo de pedras coberto por musgo. O ar ao redor vibrava com energia, e as pétalas nas flores tremiam como se estivessem vivas. Ele murmurava palavras em uma língua antiga, o feitiço brilhando em tons de púrpura e dourado.
— O que está fazendo? — perguntei, me aproximando devagar.
— O que está fazendo? — perguntei, me aproximando devagar.
Ele virou apenas o rosto, olhos estreitados.
— Fortalecendo a contenção. Você não vê, mas há coisas que rastejam debaixo desta terra.
Meu estômago revirou. Ele voltou ao trabalh