AIYANA
O silêncio entre nós era espesso como a neve que cobria a trilha. À frente, Icarus guiava com passos largos e decididos, abrindo caminho pela mata branca. Maxim caminhava ao meu lado, atento, o olhar sempre vasculhando os arredores como se esperasse um ataque. Isabela vinha mais atrás, resmungando pela décima vez sobre como seus pés estavam congelando.
— A gente vai andar muito mais? — ela reclamou, cruzando os braços enquanto batia os pés no chão gelado. — Meus dedos estão duros. Estou quase certa de que um deles caiu. Maxim, você pode vir aqui e me aquecer um pouco?
Maxim soltou um suspiro baixo.
O ar mudou quando cruzamos o limite da floresta.
Era como entrar em um espaço congelado no tempo, ou na dor. As árvores cessaram abruptamente, como se tivessem medo de continuar, e adiante se estendia a antiga aldeia de Icarus, agora reduzida a sombras e esqueletos de madeira. As construções estavam esburacadas, cobertas por musgo congelado e telhados caídos, como se a própria terra e