Me mate! (III)

- Solte-a agora! – ouvi a voz imponente de Ernest, parado na minha frente, tentando me impedir de passar.

- Você não manda porra nenhuma aqui.

- Não entende que ela não quer ir com você? – a voz dele foi mansa, mas intensa, como uma espada apontada para o meu coração, que foi entrando lentamente na pele, girando enquanto terminava de dar o golpe final – Ela sempre gostou do seu irmão... A vida inteira foi apaixonada por ele. Acabou, Gabe! É tarde demais para você. Todo mundo sabe que é poderoso e pode ter tudo que quiser. Mas amor não pode ser vendido... “Nem pode virar um comprimido que você toma sempre que começa a se entediar e porque dizem que emagrece você toma antes do jantar... O amor não pode ser vendido, nem colocado em gôndolas de promoção... Imagine procurar pela embalagem mais bonita, ou uma outra, que traz amostra grátis de emoção.”

A soltei. Mas não por causa das palavras poéticas de Ernest, certamente retiradas de uma música brega. Mas sim porque Chuchu estava uma fera
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