Já se passou uma semana desde o desaparecimento do Joaquim. Sete dias sem paz, sem sono, sem alegria. A dor tomou conta de mim de um jeito que nada mais entra — nem comida, nem esperança, nem consolo. Tive que contar pra minha mãe. Foi horrível. Assim que ouviu, ela surtou. Chorou tanto que teve uma crise e precisou ser internada. Ficou dois dias no hospital, frágil, murmurando o nome do meu irmão como se ele fosse uma criança perdida no meio da rua. E eu ali, sem poder fazer nada além de segurar sua mão e fingir que tudo ia ficar bem. Mas nem eu acreditava nisso. O Ravi tem sido meu porto nesses dias. Não saiu do meu lado. Dorme no sofá da sala, me cobre quando esqueço de deitar, segura meu rosto quando eu desmorono. A irmã dele também tem vindo me apoiar. Mas nada preenche esse buraco dentro de mim. E, como se não bastasse a angústia, meu corpo começou a dar sinais de alerta: dores de cabeça constantes, náusea, enjoo, cansaço. Tava ficando difícil até respirar sem sentir vontad