MAURÍCIO
— Eu prometo, Jonas. Juro que vou conseguir o valor. Só… me dá mais um tempo. Eu te imploro, cara.
Mas a palavra "tempo" não existe no vocabulário de gente como Jonas.
Ele se aproxima, e antes que eu possa terminar a frase, a mão dele já tá no meu pescoço, me empurrando contra a parede do barraco que eu chamo de lar.
JONAS (rancoroso):
— Você me enganou. Inventou aquela historinha da garota. Disse que ela seria minha. Agora ela sumiu, e você vem com esse papo de "espera"? Você acha que eu sou idiota, Maurício?
O aperto no pescoço aumenta. Falta ar. Falta dignidade.
JONAS (baixo e cruel):
— Você me deve. E não é pouco. Cada grama que você cheirou, fumou e injetou tá na conta. E se não pagar…
Eu te corto em pedaços e dou pro meu pitbull comer, porra.
Ele me solta, só pra começar a me chutar. Um, dois, três golpes no estômago. Sinto o gosto de sangue subir pela garganta. Cuspo no chão.
JONAS (enquanto chuta):
— Duas semanas pro dinheiro. E um mês pra entregar a menina. Você me o