Julia corria em direção à casa, seu peito apertava ainda mais a cada passada, o medo do que poderia acontecer aumentando a cada centímetro alcançado. Sentia-se sem saída, fraca, esmagada.

A poucos metros da casa, ela olhou para a janela aberta. O vento batia, sacudindo as cortinas. Seu único objetivo era que Otto continuasse vivo. Julia respirou fundo, seguiu em frente e entrou na casa. Na sala, foi até o canto onde havia vários porta-retratos, uma imagem de Nossa Senhora e um escapulário. Pegou-o, fez o sinal da cruz e, com ele nas mãos, subiu as escadas rezando baixinho.

Não sabia o que aconteceria, tinha apenas a certeza de que o resultado não seria bom. Em seu íntimo, estava pronta até mesmo para morrer. Foi então que ouviu as vozes. Otto parecia calmo, mas só quem o conhecia bem notaria a falha em sua voz, a leve rouquidão. Ele estava com medo — Julia soube na hora. Enquanto isso, Matthew falava cheio de raiva; a dor era visível nas nuances de sua voz. Ele estava pronto para tudo