Enquanto Eleonor pegava no sono por cima de toda a papelada que revisara, a sala de visitas da casa de Heitor estava cheia. Otto, Grace, Zoe, Frances, Aaron, Isaac e o próprio Heitor conversavam.
Grace achava um tanto desconfortável ter a pequena Zoe ali, presenciando uma conversa daquelas. Porém, Otto considerava importante que a filha, mesmo tão nova, soubesse o que estava acontecendo com sua mãe.Zoe andava triste, estressada e com acessos de raiva que vinham repentinamente. Recusava-se a fazer terapia, isolava-se dos amigos na escola e, por vezes, era grosseira. Tinha se distanciado da avó e do avô paterno; sentia uma raiva profunda deles. Era algo, de fato, incontrolável — nem mesmo ela entendia. Amava os avós, mas ouvir que havia sido abandonada era demais para suportar.Zoe ouviu tudo calada, prestando atenção em cada detalhe. Mesmo sem entender muita coisa — fosse pelos termos usados ou por sua pouca idade —, permaneceu na sala. Queria participar d