Aurora Dunker
Não sabia quantos dias haviam passado, porque já tinha perdido completamente a noção entre dia e noite. Cada segundo me deixava mais frustrada, mais irritada… e mais fraca.
Eu me recusava a comer, sentada no chão, amarrada pelo pescoço como um cão, obrigada a receber a comida numa vasilha e comer como um animal. Essa era a minha forma de protesto, uma greve de fome que durou o quanto consegui suportar... até que a febre tomou conta de mim, queimando minha cabeça. Quando a dor no estômago ficou insuportável, esperei que voltassem com comida, mas ninguém veio. Nem naquele dia, nem nos seguintes... o tempo já não fazia sentido.
Suava frio, começando a delirar, quando ouvi a porta se abrir. Entreabri os olhos e vi aquela figura imponente, a mesma que me perseguia em pensamentos e me lembrava, a cada instante, o perigo de estar ali. De repente, um jato de água gelada me atingiu. Arfei, tossindo, encharcada.
“Alguma razão para que a princesinha não coma?” perguntou, como se n