Aurora Dunker
Horas… horas haviam se passado desde que Ygor me amarrou à sua cama e foi fazer sabe-se lá o quê, mas pelo menos deixou a televisão ligada para eu me distrair, segundo ele. Tentei me soltar, mas não consegui, então apenas me limitei a inventar possíveis rotas de fuga na minha cabeça e cenários em que poderia assassinar Ygor para escapar.
De repente ele chegou. Parecia recém-saído do banho, o cabelo úmido pingando algumas gotas pelo rosto. Não usava camisa, mostrando o corpo musculoso, apenas um boxer que se ajustava às suas coxas grossas e ao volume entre as pernas, que não deixava nada à imaginação. Ainda assim, consegui notar tinta de várias cores em seus dedos quando ele se aproximou da cama.
“Você pinta?” perguntei.
“De vez em quando” admitiu. “Como sabe?”
“Vi suas mãos manchadas de tinta” respondi. “De todas as coisas que imaginei sobre você, ser pintor não era uma delas.”
Ygor deitou-se na cama sem deixar de me observar com atenção minuciosa.
“Por quê?”
“Talvez por