Aurora Dunker
“O que você está fazendo?” perguntei, sem entender.
“Quero que durma confortavelmente” ele se colocou ao meu lado novamente e pegou um cobertor. Abrindo o cobertor, ele me cobriu do ambiente ligeiramente frio, para mostrar que não era apenas um assassino que me mantinha sequestrada, mas um assassino que se preocupava com meu bem-estar.
Ri um pouco. Ele esticou o canto dos lábios em um leve sorriso que eu nunca tinha visto; parecia até um pouco envergonhado.
“Até quando vai me manter aqui?” ousei perguntar alguns minutos depois.
“Até a lua crescente” respondeu.
Franzi a testa, sem saber quando seria lua crescente.
“E quando será isso?”
Ele apenas sorriu como única resposta e se deitou, dando-me as costas.
“Descanse” disse. “Não faça nada estúpido que estrague todo o privilégio que conquistou”
“Não pretendo” respondi.
Deitei, tentando fechar os olhos, e de repente percebi que não estava tão mal aqui. Na verdade, estava muito à vontade; a cama era extremamente confortável.