Isabella Fernandes
Boston parecia mais imponente quando vista das largas avenidas que levavam até a Holding Vellardi & Renzi. Os prédios altos, espelhados, cortavam o céu em linhas retas, como se quisessem provar alguma coisa ao mundo, como se precisassem reafirmar poder.
Estacionei o carro de forma cautelosa na vaga de visitantes. Antes mesmo de desligar o motor, senti a mão pequena de Aurora tocar meu ombro.
— Isa… — sussurrou ela com o pinguim de pelúcia apertado contra o peito. — Ele vai ficar feliz, né?
Sorri com ternura e toquei sua bochecha com o dorso dos dedos.
— Vai sim, meu amor. Ele ama você.
Ela sorriu saltando do carro com a leveza das crianças que desconhecem o peso das entrelinhas. Correu pelo estacionamento com o pinguim na mão, girando ao redor de si mesma, o vestidinho azul rodando como flor ao vento.
Caminhar ao lado dela pelos corredores envidraçados da holding foi como entrar em outro universo, um mundo onde gravatas eram armaduras, saltos altos, espadas, e os o