O quarto de hóspedes ainda estava mergulhado em um silêncio quase sagrado, como se o próprio ar tivesse sido desacelerado para acompanhar o ritmo dos dois. A luz prateada da lua atravessava as cortinas translúcidas, projetando desenhos suaves no chão, iluminando a cama desfeita, o edredom amassado, os lençóis desalinhados, testemunhas silenciosas de uma noite que havia sido deles. Só deles.
Isabella estava deitada sobre o peito de Lorenzo, com o rosto escondido contra a pele quente dele. Seus cabelos loiros estavam soltos e bagunçados, caíam sobre os ombros dele e espalhavam-se sobre o tórax firme, ainda úmido em alguns pontos. Lorenzo, com os olhos semicerrados, passava os dedos devagar pelas costas dela, num movimento lento, hipnótico, quase inconsciente, como quem tem medo de quebrar um feitiço