Lorenzo sabia que precisava se acalmar. Não podia deixar o ódio tomar conta de si. Precisava ser frio e calculista. Olhou novamente para a sua imagem no espelho e deixou o homem que tinha enterrado voltar para o seu corpo. O homem frio, determinado e disposto a tudo para proteger quem ama. Vereda ia pagar pelo o que fez e definitivamente ela iria desaparecer de sua vida.
Despiu-se devagar, como se cada peça de roupa fosse um peso que caía no chão, mas a tensão não se dissipava. Entrou no box, girou o registro, e a água quente começou a escorrer, primeiro tímida, depois intensa, batendo no topo de sua cabeça, nos ombros, descendo pelo corpo. Fechou os olhos por um instante, respirando dentro do vapor, tentando se centrar, mas o sangue ainda pulsava com força demais.