Vereda Catani
Saí daquela mansão com o sangue fervendo.
Cada passo que dava pelos degraus de mármore era como um trovão, como se a própria casa tivesse me escutado e estivesse rindo da minha cara.
“Senhora da mansão”… — o atrevimento de Giulia ecoava na minha mente como uma punhalada repetida. A audácia daquela garota, aquela… babá, se colocar no meu caminho como se tivesse algum direito.
A porta se fechou atrás de mim com um estrondo. A chuva gelada me acertou o rosto, mas eu não recuei. Naquele momento, meu ódio era fogo suficiente para me manter quente. Entrei no meu carro com um movimento brusco, jogando a bolsa no banco do passageiro. Minhas mãos tremiam de raiva sobre o volante, e a cada respiração pesada eu sentia meu orgulho ferido latejando.
— Talvez não da maneira que você gostaria, Vereda… — repeti baixinho, imitando o tom dela, com o veneno transbordando na voz.
Como aquela mulher ousava? Quem ela pensa que é? Só porque Lorenzo tem uma filha e uma ferida mal curada, ela