As malas estavam alinhadas na entrada da mansão como guardiãs silenciosas de uma despedida inevitável. Cada uma delas parecia conter não apenas roupas e objetos, mas também um pedaço da vida que Isabella deixava para trás e outro pedaço do futuro que ainda não conseguia enxergar com clareza.
Antonela, sempre atenta aos detalhes, fez questão de revisar cada mala como se estivesse cuidando de algo precioso. As roupas de Aurora estavam dobradas com precisão quase militar: os casacos quentes para as manhãs frias da fazenda, os vestidos que a menina tanto amava e até o conjunto de botas de borracha amarelas, as preferidas, porque, como Aurora dizia “quem sabe vai chover na fazenda e eu vou brincar na lama!”.
Marta, com aquele jeito prático e doce que só ela tinha, preparou uma cesta recheada de biscoitos amanteigados, pães de queijo ainda quentinhos e uma garrafinha térmica de chá de camomila “para acalmar o coração e aquecer a alma”, como repetia, fazendo Aurora rir.
Enquanto essas pequen