Porto Livre

A descida da montanha levou três dias.

Três dias de dor crescente que Raia combatia com doses regulares das Lágrimas-de-lua. A cada doze horas ela parava, preparava a infusão amarga, e bebia. A cada vez, a dor recuava para aquele zumbido surdo e distante.

Mas estava ficando pior.

Mesmo com a erva, ela sentia. Não a agonia completa que o livro descrevia, mas ecos dela. Como se a magia estivesse lutando contra algo mais forte, algo que se recusava a ser completamente silenciado.

Raia ignorou. Tinha que ignorar.

Porque a alternativa era voltar.

E voltar significava morte.

No terceiro dia, ela finalmente viu o oceano.

Vasto, infinito, estendendo-se até o horizonte em tons de azul e cinza. E ali, aninhada na costa como joia irregular, estava Porto Vento a cidade portuária que marcava o fim das terras de Brathmor.

Civilização. Pessoas. Anonimato.

Liberdade.

Raia quase chorou de alívio.

A cidade era maior do que ela imaginara.

Ruas estreitas serpenteavam entre edifícios apertados, cheiro de
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