Raia não conseguia explicar a fascinação.
Era apenas um objeto. Decoração antiga. Madeira ou pedra esculpida com habilidade impressionante, mas ainda assim apenas... coisa.
E no entanto.
No segundo dia após encontrá-lo, ela se pegou carregando-o de volta para a cama. Apenas para observá-lo melhor sob a luz da manhã, disse a si mesma. Apenas curiosidade sobre o artesanato.
Mas horas depois, ainda estava lá. Deitada de lado, o ovo posicionado no travesseiro ao seu lado, dedos traçando os padrões em sua superfície.
Era reconfortante de forma estranha.
O peso. A solidez. A forma como cabia perfeitamente quando abraçado.
Como se tivesse sido feito para ser segurado.
Ridículo, Raia pensou, mas não o afastou.
No terceiro dia, percebeu que o ovo estava... mais quente.
Não muito. Apenas perceptivelmente. Como se tivesse absorvido calor do sol através da janela.
Mas o dia estava nublado. Frio, até.
Raia franziu a testa, pressionando a palma contra a superfície escura.
Definitivamente mais quent