POV: LAUREN
— O que você acabou de dizer, Lauren? — A voz de Henry saiu baixa, mas carregada de incredulidade. Seu olhar escuro me perfurava, e a tensão no ar se tornou sufocante.
Ele passou a mão no rosto, como se tentasse processar minhas palavras. Sua respiração estava acelerada, o peito subindo e descendo com força.
— Está me dizendo que todo esse tempo eu fiquei como um idiota, acreditando que esse filho que você carrega era meu?
Engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha garganta.
— Eu nunca disse que era, Henry. — Minha voz saiu hesitante, consciente do peso da minha omissão.
Os olhos dele brilharam com uma fúria que eu nunca tinha visto antes.
— Mas também não negou! — Ele explodiu, a raiva transbordando em c
POV: LAURENO silêncio nos engoliu por um instante. Meu coração martelava em desespero contra minhas costelas, e minha garganta queimava. Eu precisava dizer. Eu precisava que ele soubesse.— Porque eu te amo! — gritei. O impacto fez Henry parar. Ele ficou imóvel, os olhos cravados em mim com intensidade. Meu corpo tremia, e minha respiração vinha em soluços irregulares. Eu nunca tinha dito aquelas palavras antes. Nunca as tinha pronunciado com tanta verdade.Ele não se moveu. Apenas me olhava, os olhos brilhando com algo que eu não conseguia decifrar.— E eu tive medo! — minha voz falhou, um soluço escapando antes que eu pudesse controlá-lo. — Medo de ser rejeitada, medo de que você me odiasse, medo de que você não quisesse o meu filho... Medo, Henry. Medo de te perder.
POV: HENRYQuando o corpo dela começou a tremer e a pele perdeu toda a cor, eu me vi prestes a ceder. Quis puxá-la para os meus braços, sentir seu calor desmoronando no meu peito, acalmar cada soluço, secar cada lágrima que escorria pelos seus olhos tão doces e assustados. Quis prometer que tudo ficaria bem, mesmo com o caos explodindo dentro de mim, porque, droga… eu a amo. Amo com uma força que me assusta. Como nunca amei ninguém.Mas o amor que eu sentia se chocava violentamente com o gosto amargo da decepção.— No final das contas, Lauren... — soltei, com a voz mais baixa e seca do que pretendia — a mídia estava certa sobre você.Me sentei na beirada da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas diante do corpo rígido. Ela estava parada à porta, soluç
POV: HENRY— E pior... Como Theo ficará com tudo isso? — Eu murmurei, destruído, esfregando as mãos no rosto exausto. Meu corpo tremia de cansaço, a mente latejando com a avalanche de sentimentos que me engoliam. Foi quando meu celular vibrou sobre a mesa.Olhei o identificador. Lucian.Respirei fundo, tentando conter o peso da frustração que me esmagava. Ainda perdido em meus pensamentos, atendi.— Fala. — Minha voz saiu áspera, quebrada.— Ela não acreditou em você? — Lucian captou meu tom imediatamente.Engoli em seco, uma onda de dor atravessando meu peito. Meu olhar se voltou instintivamente para a porta, a mesma pela qual Lauren havia saído sem olhar para trás.— Isso já não importa mais. — Eu murmurei, a raiva
POV: LAURENCheguei à mansão arrastando os pés, com o corpo e a alma em pedaços. Cada passo era como carregar o peso do mundo nas costas. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar no caminho. Eu não conseguia respirar direito, o peito apertado, sufocado por uma dor que queimava por dentro.Subi direto para o quarto, sem trocar uma palavra com ninguém. Comecei a jogar as roupas na mala com movimentos rápidos, desajeitados, desesperados. Minhas mãos tremiam. Tudo parecia girar. O ar no quarto estava denso, quase irrespirável. Meus dedos agarravam os tecidos como se, de alguma forma, isso fosse me dar controle sobre a situação. Mas eu estava despedaçada.Foi então que ouvi um soluço atrás de mim. Me virei e vi minha mãe parada na porta. O rosto dela estava pálido, os olhos marejados.— &Eacut
POV: LAURENDei um passo à frente, estendendo os braços, mas ele recuou, os olhos brilhando de dor e medo. Meu peito apertou com a rejeição dele.— Eu te amo, você sempre será o meu filho. — Eu continuei sentindo minha voz falhar. — E, claro que poderá ver sua irmã. Nada mudará isso.— É uma menina? — Ele parou de recuar. Seus olhos se arregalaram em surpresa e, então, desceram lentamente até minha barriga. Ele a encarou como se só agora percebesse a realidade. — Eu quero vê-la todos os dias. Quero brincar com ela, cantar para ela dormir... dar banho, contar histórias. Você não pode ir embora. Eu não vou deixar. Quero a vovó aqui também!— Theodor, por favor, me escute... — Eu tentei mais uma vez, sentindo meu corpo inteiro estremec
POV: LAURENErgui a cabeça de imediato, sem saber se tinha ouvido certo. Meus lábios se entreabriram, sem conseguir processar o que ele havia dito.— Theo... você é muito novo para entender. — Eu falei com dificuldade, tentando manter a calma. — Esse bebê não tem o sangue do seu tio e...— E daí? — ele me interrompeu, com a voz embargada, os olhos marejados fixos nos meus. — O tio Henry me cria como filho, e ele não é meu pai. Mas me ama como se fosse!— É diferente, garotão... você tem meu sangue, sendo meu sobrinho. — Henry suspirou pesado, se levantando e puxando Theo para um abraço.Mas Theodor o afastou com força.— Então tira o meu sangue! — ele gritou, esticando o braço com raiva. — Pode tirar
POV: LAURENEle se virou então para Carter, apontando o dedo com indignação, a voz embargada, mas cheia de uma coragem que parecia maior do que ele.— Eu achei que você protegeria nossa família. Que cuidaria da fada e da minha irmã como cuida de mim! — A voz dele se quebrou em um soluço, mas ele continuou. — Mas só porque elas não têm o seu sangue, você acha que pode jogar as duas fora?! Eu te odeio por isso!Antes que qualquer um de nós pudesse reagir, Theodor virou-se e saiu correndo, socando a porta do quarto com força antes de se trancar lá dentro. O som reverberou por toda a casa.Fiquei imóvel, como se meu corpo tivesse sido desligado. Minhas mãos tremiam, meu peito ardia e o silêncio que se instalou foi ensurdecedor. Eu não sabia o que dizer. Não sabia o que faze
POV: HENRYFiquei parado um longo tempo observando o carro se afastar, em completo silêncio. O som dos pneus na estrada parecia distante demais, abafado pela pressão no meu peito. Eu não conseguia me mover, não conseguia pensar em mais nada além da imagem dela indo embora. Lauren. Minha Lauren.Minhas mãos estavam frias, mas mesmo assim passei os dedos pelos cabelos, tentando conter o caos dentro de mim. Deslizei os dedos para o bolso e toquei algo que me fez congelar por um instante. Puxei os sapatinhos de bebê rosa. Aqueles pequenos pedaços de tecido pareciam pesar uma tonelada em minha mão. Me sentei nos degraus da escadaria da mansão, encarando os sapatinhos como se fossem a única coisa que restava da família que quase tive.Eu estava pronto para ser pai. Algo que nunca imaginei desejar, mas ela me transformou. Lauren chegou e bagunçou minhas